A LEI FEDERAL 10.639/2003 E O ENSINO DE HISTÓRIA NAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO ALBERTINA BARREIROS E IZABEL MARACAIPE (ITUPIRANGA/PA)

Vera Lúcia Martins de Lima Rosa
Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIST/2019) 
Mestranda, Unifesspa
Karla Leandro Rascke
Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIST/2019)
Doutora, orientadora, Unifesspa

Após alguns anos de trabalho docente em sala de aula percebemos ausências profundas quanto ao ensino de história da África e cultura afro-brasileira e africana, mesmo sendo garantido por lei. De certa forma, ainda prevalece um silêncio sobre a temática nas escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado do Pará, localizadas no município de Itupiranga. Diante dessas observações surge o interesse em fazer uma pesquisa acerca da implementação da Lei federal 10-639/03 nas escolas Albertina Barreiros e Izabel Maracaípe entre os anos de 2017 e 2019. 

O trabalho se desenvolve em três momentos diferentes. No primeiro momento fizemos uma breve explanação sobre nosso lugar de fala, de onde teorizamos e construímos a análise, fazendo um apanhado de aspectos do processo de ocupação do município de Itupiranga, tendo como fontes alguns livros de época e trabalhos acadêmicos produzidos sobre a região. Nesse caso também desenvolvemos um breve histórico das escolas Albertina Barreiros e Izabel Maracaípe.

O segundo momento, que ainda está em fase de elaboração, dedica-se à análise dos projetos políticos pedagógicos e dos livros didáticos utilizados nas escolas Albertina Barreiros e Izabel

Maracaípe, além de um pequeno percurso sobre o surgimento e o que propõe a Lei Federal 10.639/03. Posteriormente faremos um paralelo do que aborda a Lei e o que consta no PPP das duas escolas, observando como as escolas adequaram seus projetos políticos pedagógicos para a discussão acerca da temática. Por fim, evidenciaremos questões sobre os livros didáticos de História usados nas escolas também tendo como referência a já citada Lei, com o objetivo de observar em que medida os livros didáticos em análise contribuem para a discussão da temática.

Finalmente, num terceiro momento, abordaremos questões acerca da história e cultura afro-brasileira e africana no cotidiano escolar. As análises serão feitas com base nos resultados obtidos com as entrevistas que ainda estão sendo realizadas junto a professores e professoras das duas escolas. Em virtude da pandemia do corona vírus, essa etapa teve que ser postergada. Pretendemos cruzar as diferentes fontes, articulando informações obtidas com o resultado das análises dos PPP, dos livros didáticos e das entrevistas. 

Partimos da ideia de que os projetos políticos pedagógicos vão além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas e que os mesmos não são construídos para serem arquivados ou simplesmente criados para cumprirem uma questão burocrática. Porém, observamos que esse documento nem sempre tem o conhecimento devido da comunidade escolar, requerendo ser mais “valorizado”. (VEIGA, 1998)

Veiga afirma que o projeto político pedagógico tem sido objeto de estudos realizados por vários sujeitos e instituições em âmbito nacional, estadual e municipal, em busca da melhoria da qualidade do ensino.

Vasconcellos (2006) reforça a ideia da importância do projeto político pedagógico, compreendendo-o enquanto instrumento teórico-metodológico que possibilita mudança da realidade escolar, elemento de organização e integração da atividade prática da instituição que acarretará a transformação. 

Para a análise dos livros didáticos utilizados pelas escolas em estudo, com o propósito de observar os conteúdos que contemplam a Lei Federal em questão, foi necessário buscarmos informações acerca da temática.

Com base em leituras observamos que as discussões sobre o livro didático envolvem vários fatores, como processo de escrita textual e construção imagética, elaboração, editoração, comercialização, uma boa formação dos docentes, entre outros. 

Munakata (1997) discute que o livro didático “é já um fato: não se trata mais de decidir se deve usá-lo ou não, mas de usá-lo bem”, ou seja, por, mais que saibamos que vários fatores estão envolvidos nas produções, não devemos deixá-lo de lado, visto que é um suporte importante nas aulas. 

Sabemos que o livro didático é uma ferramenta bastante usada por professores e alunos nas escolas, devido, principalmente a sua distribuição gratuita. Cavalcante diz que: 

“[...] O livro didático de história continua sendo o principal produto, por meio do qual, milhares de jovens, no espaço formal da escola, tem acesso às explicações históricas sobre as sociedades por isso é extremamente relevante, pois, o mesmo, acaba na maioria das vezes sendo a única ou a principal fonte de conhecimento do aluno, devido a sua distribuição gratuita [...]”. (CAVALCANTI, 2018, p. 5)

Bittencourt já chamava atenção sobre a importância do livro didático, que o mesmo deveria ser considerado portador de um sistema de valores. (BITTENCOURT, 1993)

Com todas as defesas é necessário ter clareza também de que o livro didático é produzido dentro de um contexto, tendo latente viés econômico e que o profissional que o produz não desfruta de total liberdade. 

“Nenhum dos profissionais que atuam na produção do livro didático desfruta de autonomia que o autorize a fabricar um produto que não esteja condicionado a muitas forças, demandas e pressões do lugar de produção.” (CAVALCANTI, 2018 p.520). 

O pesquisador também destaca que o livro didático não deve ser visto como uma fonte de verdades absolutas e que não deve ser o único recurso usado pelos professores e professoras. Chama atenção também sobre a necessidade de problematizar a forma como professores e professoras utilizam o livro em suas aulas, para não serem vistos como meros descritores de acontecimentos. Na visão do autor, os livros precisam ser um objeto de investigação e crítica. 

Segundo texto da Lei Federal 10.639/03, os estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares seriam obrigados a incluir a História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura Afro-brasileira. Mas, algumas escolas sequer alteraram seus PPP, indicando a não existência de debates da comunidade escolar quanto a esse quesito. A desconstrução de estereótipos criados acerca dos povos negros, por exemplo, o combate ao racismo e outros tantos temas que envolvem a sociedade abrangente e a cultura escolar poderiam ser desenvolvidas a partir de compromissos assumidos nos PPP. 

No entendimento de Rocha, se a Lei 10.639/03 for trabalhada segundo uma perspectiva de superação da ideologia das raças, poderá se constituir como:

“Instrumento importante, no campo do currículo, para a explicitação das contradições presentes no sistema econômico do capital. Aliando o específico ao universal, na perspectiva de superação das bases constitutivas das desigualdades raciais e sociais. Assim posto, os conteúdos relacionados à cultura e à história da África e dos negros brasileiros poderão atuar no sentido de expor as lacunas e as ideias que fundamentaram a ideologia da dominação racial...” (ROCHA, 2006, p. 113).

A valorização da identidade negra no sistema educacional brasileiro, como bem coloca Coelho, fortalece uma identidade positiva e para que essa positividade seja evidenciada precisamos mostrar elementos que vão além da escravidão. (COELHO, 2010)

Não podemos achar que as mudanças e as desconstruções acontecem somente no espaço escolar, porém não podemos deixar de citar a importância que o ambiente escolar tem. Podemos verificar essa relevância nas palavras de Santos:

“Ainda que a escola sozinha não seja capaz de reverter anos de desqualificação da população negra e supervalorização da população branca, a longo prazo ela pode desempenhar um importante papel na construção de uma nova cultura, de novas relações que vão além do respeito às diferenças. Possibilitando que todas as vozes possam ecoar espaço escolar, chegasse a consciência de que é na diversidade que se constrói algo novo”. (SANTOS, 2001 p. 102): 

A pesquisa ainda está em andamento, mas com base nas autoras e nos autores estudados até aqui observamos que o ensino de história no Brasil, apesar de muitas mudanças, ainda precisa ser problematizado. Precisamos nos questionar sobre que história ainda está sendo ensinada em sala de aula. Novas discussões continuam sendo necessárias, bem como o conhecimento sobre os projetos políticos pedagógicos das escolas onde atuamos. Também requer cuidados lidar com os novos livros didáticos e ao mesmo tempo saber que mesmo com mudanças são frutos de uma indústria e tem seus limites.

Referências 
BRASIL. Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. MEC/SECAD. 2005

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Livro didático e conhecimento histórico: Uma história do saber escolar. 1993. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.

CAVALCANTI, Erinaldo. História, livro didático e formação docente: produção, limites e possibilidades, Revista ANTÍTESES v. 11, n. 22, p.516-532, jul./dez. 2018.

COELHO, W. N. B. Educação e relações raciais: conceituação e historicidade/ Wilma de Nazaré Baía Coelho (org). – São Paulo: Editora Livraria da Física. 2010.

MUNAKATA, Kazumi. Produzindo livros didáticos e paradidáticos. 1997. Tese (Doutorado em história e filosofia da educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997.

ROCHA, L. C. Políticas afirmativas e educação: a Lei 10639/03 no contexto das políticas educacionais no Brasil contemporâneo. 2006. Dissertação (Mestrado em Educação eTrabalho)–Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2006.

SANTOS, I. A. dos. A responsabilidade da escola na eliminação do preconceito racial: alguns caminhos. In: Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola/Eliane Cavaleiro (org). São Paulo: selo Negro. 2001.

VASCONCELLOS, Celso S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula, 6a ed. São Paulo: Libertad, 2006.

VEIGA, Ilma Passos da. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção coletiva. In: VEIGA, Ilma Passos da (org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1998. p.11-35.

Comentários

  1. Vera,
    Parabenizo pelo seu trabalho. Gostaria de perguntar se já foi possível avançar nas entrevistas com os professores? Outra questão que é possível observar na leitura de alguns trabalhos sobre a aplicabilidade desse tema aqui em Xinguara (no artigo do professor Bernard Silva e em uma dissertação de mestrado do Profhistória da UFT, por exemplo) tem sido muitas vezes abordado apenas em datas comemorativas, gostaria de saber, se for possível, se a situação ocorre também em Itupiranga? (Profa. Anna Carolina Abreu)

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    1. Professora Anna, agradeço sua participação.
      Em virtude da pandemia as entrevistas atrasaram, mas já fizemos algumas. A situação aqui em Itupiranga é semelhante a de Xinguara. Segundo os entrevistados as abordagens são feitas no mês de novembro. Como nas primeiras análises dos PPPs não tem nada especifico sobre a Lei 10.639/2003 como uma "programação" continua e nem sobre as comemorações do mês de novembro, estamos tentando entender como se dá esse lógica. Mas, as próximas entrevistas nos ajudarão a nos aproximar de uma resposta. Porém, com base nos PPPs e as entrevistas que já foram realizadas temos a "impressão" que os eventos são pensados e encabeçados por sujeitos simpatizantes da temática e não como uma iniciativa de toda a escola, mas ainda não temos informações suficientes para chegar a essa conclusão.
      Professora gostaria de ter acesso a esse trabalho que a senhora citou. Obrigada. Vera Lima

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  2. Vera,
    Parabéns pela pesquisa e na escolha do tema. Trabalhos com essa perspectiva é essencial para demonstrar o quanto ainda precisa ocorrer mudanças nos PPPs escolares, nos livros didáticos (além da disciplina de História) e nas formações de professores. Gostaria de saber qual foi "motivo" ou critério para definir o recorte temporal da pesquisa?
    Alan Martins

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    1. Alan,
      Obrigada pela sua contribuição.
      inicialmente meu recorte não era esse, antes eu queria fazer a pesquisa em um recorte maior, de 2008 a 2018 , mas depois de algumas orientações reduzimos. Então como uma das minhas fontes era o livro didático e como resolvemos usar também só os livros do ultimo PNLD (somente uma coleção) resolvi fazer esse recorte de 2017-2019 que envolveria também o processo de escolha. Vera Lima

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  3. Vera,
    A temática que você estuda além de importante para a área da História e do Ensino de História, é necessária como "luta política", como forma de entender e expandir as reflexões sobre as relações que a sociedade brasileira manteve e mantém com a História e a cultura afro-brasileira.
    Sobre seu texto, especificamente, você afirma que seu objetivo é pesquisar a "implementação da Lei federal 10-639/03 nas escolas Albertina Barreiros e Izabel Maracaípe entre os anos de 2017 e 2019". Por que esse recorte de tempo e a escolha dessas duas escolas? Desejas fazer uma análise comparativa entre cada uma delas? Quando você fala em implementação da Lei e coloca os anos 2017 e 2019, sugere uma ideia que antes de 2017 não houve nenhuma implantação; isso procede? Você menciona que irá usar os PPP, as entrevistas com os docentes e os livros didáticos para problematizar seu objeto... isso ocorrerá para cada uma das escolas escolhidas?

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    1. Professor Eri fico grata pela participação e por achar o trabalho relevante.
      O recorte inicialmente era maior, de 2008 a 2018, mas como uma das fontes seriam os livros didáticos que abrangeria todo esse período resolvemos reduzir o recorte e a quantidade de livros, então ficou de 2017 a 2019, pois a coleção escolhida para a pesquisa é do ultimo PNLD e a que foi a escolhida pelos professores e professoras das duas escolas. Além é claro do intervalo da criação da Lei e o recorte, que seria mais do que suficiente pra adequar os livros didáticos e os PPPs por exemplo. As duas escolas foram escolhidas pelo fato de serem as únicas de ensino médio da cidade, por ter praticamente os mesmos professores, usarem o mesmo livro didático. será possível fazer uma comparação sim, mas não é o foco dessa pesquisa. Uma das situações que me levou a fazer a pesquisa foi o fato de não aparecer nos PPPs das duas escolas a Lei 10.639/2003, então a primeira hipótese é que não teve implantação, agora se procede de fato essa hipótese acredito que chegaremos a uma resposta mais contundente com os resultados das entrevistas. Os primeiros resultados demonstram que a temática é pouco discutida, que a Lei é pouco conhecida, que os PPPs são pouco conhecidos que não sabiam dizer se a Lei estava ou não nos mesmos e que nunca teve segundo um dos entrevistados formação específica sobre a temática. Porém, como não finalizamos as entrevistas não temos informações suficientes para afirmar que foi implantada. O que posso afirmar é que a Lei não aparece nos PPPs e também não aparece nada referente a ela nas programações culturais dos mesmos. Mas com base nas entrevistas as duas escolas promovem um evento no mês de novembro, mas que não é algo articulado pela escola como um todo, que parte de determinados sujeitos que simpatizam com a temática, ainda dependemos do restante das entrevistas.
      Exatamente. O estudo realizado envolverá as duas escolas. Os entrevistados são praticamente das duas escolas com duas exceções , os livros didáticos são os mesmos e são as únicas escolas estaduais do município.
      Espero ter respondido pelo menos um pouco professor. Vera Lima

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    2. Oi Vera...
      Sim, respondeu sim...
      Enquanto lia sua resposta lembrei de uma pesquisa orientada por Mauro e que participei da banca de defesa, na qual autor pesquisou duas escolas na região metropolitana de Belém para analisar como a educação etnicorracial é praticada (ou não nas escolas) estabelecendo diálogos com a implementação da Lei 10.639 e 11.645. Uma das ações que o autor identificou é que as questões étnicorraciais (e tudo que envolve essa questão) estavam sendo praticadas mais como uma ação pessoal decorrente do envolvimento das professoras e não como uma ação institucional das escolas...
      Certamente teremos uma importante contribuição decorrente de sua pesquisa de mestrado. Parabéns.

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  4. O que você propõe é uma reflexão muito relevante, principalmente porque as mudanças proporcionadas pela lei 10.639/03 são essenciais para uma maior problematização em sala de aula no que se refere às ausências e lacunas envolvendo a população negra nos livros didáticos de História. Gostaria que você explanasse um pouco mais a respeito da não existência desse assunto nos PPP's das escolas citadas e se elas teriam algum motivo em comum em não querer trabalhar tal temática?
    Marta Lima Alves

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    1. Marta obrigada pela pergunta. Olha essa sua pergunta é uma das questões que pretendo entender com as pesquisas. o que já tenho de resultado com base nos PPPs das duas escolas é que não incluíram a Lei 10.639/03, uma das escolas cita a Lei 11.645.08. então como estamos ainda realizando as entrevistas que foram inviabilizadas devido a pandemia não tenho dados suficientes pra responder totalmente sua pergunta, o que tenho a dizer com base nas entrevista que já foram realizadas é que o PPP é pouco conhecido pelos professores, inclusive fazem críticas, dizem que nunca teve formação especifica sobre a temática e que a Lei é pouco conhecida segundo um dos entrevistados. Mas mesmo sem a Lei nos PPP as duas escolas realizam eventos segundo os entrevistados no mês de novembro mas, não seria uma iniciativa da escola, e sim, de sujeitos simpatizantes da temática. As próximas entrevistas serão essenciais para chegar a uma resposta mais completa. Vera Lima

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  5. Vera, parabéns pela pesquisa e pela escrita. Dentre as fontes que você mobiliza em seu trabalho está o PPP. Entendendo-o como um documento complexo e permeado de disputas em sua construção, uma das autoras utilizadas por você, Veiga (1998), defende que ele seja mais “valorizado”. Gostaria de saber o que você entende por essa valorização? E enquanto docente atuante em Itupiranga, quais seriam as estratégias para efetivar essa valorização? Minha outra pergunta é a seguinte: nas escolas pesquisadas há mais de uma versão do PPP? Se sim, faz parte dos teus objetivos na pesquisar analisar as mudanças desses documentos em relação a referida lei? No caso de existir apenas um documento por escola, quais tuas inquietações sobre os possíveis silenciamentos em relação ao tema da tua pesquisa? Abraços. (Luis Lima de Sousa)

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    1. Luís,
      Obrigada pela pergunta. Entendo quando ela diz que ele (o PPP) seja mais " valorizado" no sentido de não ficar engavetado e sirva simplesmente para manter o funcionamento legal da Escola. Infelizmente de acordo com os primeiros resultados das entrevistas já observamos que os docentes tem pouco conhecimento dos PPPs das escolas onde atuam. Ressaltar a importância do PPP e a importância de participarmos de sua elaboração e tentar colocar em prática , ou até mesmo questionar algumas situações vislumbrando alterações seria uma forma de " valorizar". tem mais de uma versão, isso se tornou uma situação bem "sensível". a Lei não é citada nos PPPs das escolas. Uma delas cita a 11. 645-08, mas não aparece nada mais explicito sobre a forma que a Lei é discutida. Porém, ainda estão sendo analisados para verificarmos de fato se o "silenciamento" é " geral" no documento. abraços. Vera Lima

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  6. Vera parabéns! Estou muito feliz por poder ler o seu texto, que por sinal está muito bem escrito. Gostara de contribuir com o debate em torno da sua pesquisa propondo uma reflexão que penso ser a inquietação de muitos pesquisadores do Ensino de História: tornar nossas pesquisas instrumentos que possibilitem visualizar contribuições a serem executadas por meio de estratégias pedagógicas na escola. Pelo menos isso me inquieta bastante. Entendo que sua pesquisa está em percurso, mas gostaria de saber se você pensa sobre isso se sua pesquisa pode ser desdobrada num instrumento ou numa estratégia pedagógica na escola em que você trabalha, por exemplo?

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    1. Barbara,
      Obrigada pela pergunta e obrigada pelos livros que você me presenteou sobre a minha temática. Bom, acho essa sua pergunta muito pertinente. Mas eu realmente não tinha pensado sobre isso com relação a pesquisa. Penso sim, em levar uma cópia para a biblioteca da escola e usar como fonte de pesquisa com os alunos e alunas, mas nada diferente disso. Mas gostei muito dessa sua ideia e creio que seria interessante conversarmos mais em outro momento. Desenvolver uma estratégia pedagógica que vá além do manuseio da dissertação seria muito interessante e atraente para os alunos e alunas. Vera Lima.

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  7. Vera minha caríssima, parabéns pela relevante pesquisa! Você afirma que analisará os PPP e os livros didáticos utilizados nas escolas. Afirma também já estar realizando entrevistas com alguns professores e professoras, com a finalidade de observar a aplicabilidade da Lei.10.639/03. O que foi possível observar até o momento quanto a essa questão? Ah! que referencial metodológico estar recorrendo no usos das fontes orais?

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    1. Rai,
      Obrigada pela pergunta. Até o momento em virtude da Pandemia foram realizadas somente duas entrevistas. Mas já temos resultados bem interessantes. De acordo com os entrevistados a temática é pouco discutida, questionam a falta de formação continua sobre a temática, um dos entrevistados disse que a Lei é pouco conhecida pelos professores, fazem criticas aos PPP por exemplo e foram unanimes em dizer que o livro didático ainda é muito "fraco" e resumido no que se refere a temática. Sobre os referenciais usados nessa metodologia da historia oral ainda estou me apropriando. Mas, estou fazendo leituras do livro organizado por Marieta de Moraes e Janaína Amado, Verena Alberti, José Carlos Sebe Meihy. Mas é uma metodologia que ainda preciso aprofunda mais. Vera Lima

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  8. Vera! Quando você diz que não se deve "achar que as mudanças e construções" ocorra apenas nos espaços escolares, lembrei que Itupiranga possui uma história de engajamento nas questões Étnico-raciais, através do grupo de mulheres Dandara. Movimento de mulheres que vem desenvolvendo atividades/ações referentes a estéticas negra (salão de beleza), artesanato (bonecas negras), debates sobre identidades entre outras. Mesmo não sendo o foco de sua pesquisa, gostaria de saber se essas informações/ações tem aparecido em sua investigação. Existe alguma atuação desse grupo nas escolas pesquisadas?

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    1. Rai,
      Obrigada pela pergunta. Não aparecem em minhas pesquisas, ainda pensei em levantar essa questão, mas ficaria muito extenso. poucas atuações pois existem poucas oportunidades. Mas já estiveram presentes em eventos organizados por uma professora de Filosofia que já se aposentou e que tinha uma estreita ligação com o grupo. Mas Raimunda com essa sua pergunta lembrei da pergunta de Barbara e aproximar as escolas desse grupo, para que eles promovessem momentos como palestras por exemplo seria uma estratégia interessante que chamaria a atenção dos alunos e alunas e promoveria uma reflexão sobre a temática. Vamos amadurecer a ideia e você será a ponte kkk. Vera Lima

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